março 02, 2008

A E I O U

Naquela manhã de Outubro, tinha acordado com alguma ansiedade e vontade de rapidamente chegar a hora em que iria para algo que para mim era novo.

A Escola primária.
Eu que sempre estivera com a minha mãe desde que nascera, desconfiava desta novidade, mas sabendo que novos amigos iria conhecer, e querendo aprender a escrever o meu nome, a ler as letras e contar os números da tabuada, esperava que o professor fosse simpático.

A minha classe, tinha sido escalonada para começar a leccionar as 13.00h e acabar as 17.30h

Com uma bela bata branca, que cobria o corpo da cabeça aos joelhos, mala cheirosa a novo na mão, carregada de caderno, lápis, borracha, caneta e o livro da 1ª classe, lá fui eu para a minha grande aventura educativa.

Pela mão dos meus pais, pois também para eles o orgulho estampado nas suas caras era muito grande, lá fui eu todo contente e feliz.

A escola ficava relativamente perto da casa onde morava, branca, com o seu telhado vermelho, ostentava imponente o símbolo da nação por cima da porta de aula, onde no mastro mais alto que o céu, bamboleava-se ao vento a bandeira Portuguesa.

Tinha uma parte do recreio, canteiro, onde as flores de fim de verão ainda apresentavam umas cores bonitas e cheiros abundantes.

A escola tinha 2 salas de aulas, as mesas eram pequenas, e davam para 2 crianças se sentar lado a lado.
Em cima de um palanque, a secretária da Senhora professora, dava o lado mais composto ao espaço, que num canto da sala, uma salamandra serviria para em tardes de tempo frio, aqueceria os pequenos corpos e corações de todos nós.

Nas paredes frias de cor, grandes mapas de Portugal, dos seus rios e montanhas, das ex colónias, faziam complemento a desenhos outrora desenhados por crianças do ano passado.

Fomos todos apresentados, e a professora, senhora na casa dos 50 anos, disse-nos que agora a nossa vida iria mudar, pois esforço seria necessário para aprender.

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