março 17, 2008

O apanha Pára-Quedas voador

As diversões eram criadas com mestria de quem pouco tinha e muito desejava.

Nós, cada dia que passava, inventávamos coisas novas para criar brincadeira, e nessa incrível sucessão de ideias, surgiu uma que era bestial. O pára-quedas.


Nas traseiras, tinham surgido umas garagens feitas de madeiras, e telhados em placas de zinco.

Alguns moradores, o meu pai foi um deles, tinham esses espaços para guardar o carro e para armazenar algumas tralhas, que em casa ocupariam espaços preciosos.
O meu pai tinha comprado o seu 1º carro, e como andava todo cuidadoso com ele, tratou de arranjar este espaço para o guardar.

Nesse final de verão, o prédio onde morávamos estava a ser pintado, pois algumas rachas apareceram e o construtor teve que fazer obras.

Os andaimes que foram utilizados para a pintura do prédio, servia para grandes aventuras alpinistas, arrojadas subidas que para qualquer pai deixaria os cabelos mais do que em pé.

A malta esperava que os trabalhadores acabassem o dia, para depois aventurarmo-nos nessa loucura.

Numa dessas loucuras, e voltando a história dos pára-quedas, a malta recortava num plástico um circunferência grande, e com pequenos cordéis atados a um boneco, fazia-se a diversão.

Depois era lança-los ao ar e lá vinham eles em queda até ao chão. Claro que quando mais alto melhor eles caiam.

Que melhor altura para se lançar, do que no cimo dos andaimes. Grandes lançamentos se faziam.

Ora como vinham de grande altura, iam cair longe, e por vezes aterravam em cima dos telhados das garagens.

Miúdos, pequenos e traquinas como nós éramos, íamos lá para cima tentar apanha-los. Numa dessas tentativas de defesa, eu tentei armar-me em Bento(guarda redes do meu Gloriosos), e pimba, grande traulitada numa perna que me marcou com um corte que ainda hoje têm cicatriz.

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