Beijinho ou prisão?
Rapazes como nós já com as hormonas activas, desejavam poder um dia chegar ao beijo de uma rapariga. Por aquela altura, a coisa era menos fácil, do que hoje em dia o é.
Elas ligavam-nos pouco e nós também, vendo bem as coisas, só interessava brincadeiras de rapazes.
A maioria das miúdas só dava apertos de mão e 1 beijinho na cara. 2 beijinhos na cara já era um luxo.
O prémio maior era o beijo na boca, mas isso com as miúdas da minha turma era tão raro que só uma, a Maria João, o fazia, e só alguns tinham esse privilégio.
Eu ao princípio era um dos renegados.
Nós os outros, os excluídos do prémio máximo dessa Diva, ficávamos todos com uma raiva dos 2 ou 3 betinhos que tinham essa sorte, que no jogo da bola iam para a baliza. Tomem para aprender.
Quase todas as turmas jogavam, e a malta falávamos com outros rapazes para saber quem eram as miúdas que davam beijos na boca. Era cá uma galderice, gaiatos.
Dia após dia, a ânsia de um dia poder ser beijado na boca pela Maria João ou por outra miúda que entretanto pudesse ceder, deixava-me maluco.
Até deixávamos de fazer outras coisas, para ver se a sorte sorria.
Um dia, acho que seria já por alturas da primavera, e após insistência, ela aceitou o meu pedido e acho que nessa hora um buraco no chão se abriu.
As pernas tremiam que nem varas verdes, e o medo de não saber como fazer, fez com que o encostar dos lábios um no outro fosse a coisa mais maravilhosa que eu já tivera.
Esse momento durou para ai 1 segundo, mas pareceram horas.
O sangue corria a 1000/hora e o tremelicar das pernas prolongou-se por muito tempo, fazendo com que eu nesse resto de dia, não tivesse mais atenção ao resto das aulas.
Acho que fiquei apaixonado... se é que essa palavra se possa aplicar a miúdos de 11 anos.
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