maio 27, 2008

Festa de Final do Ano Escolar

A aulas tinham chagado ao fim e com ele alegrias para todos os que tiveram aproveitamento e tristeza para os que tinham reprovado.
Eu passei com 2 negativas.

Foi organizada uma festa para comemorar o fim das aulas.

Um palco animou o pavilhão desportivo, e alguns alunos deram largas á imaginação com actuações musicais e teatrais.
A minha turma juntou-se toda e cada um levou um farnel, para fazermos um pic-nic há sombra do grande carvalho que imponente abrigava todos na sua base.

Ainda me lembro da confusão e dos bons momentos que foram provocados, quando uns começaram a atirar aos outros as bolotas que no chão jaziam depois da sua aventura anual no topo da árvore.

Nesse dia compramos umas Sagres de litro, e as escondidas, o liquido jorrou pelas goelas de cada um.

Foi o ultimo dia do ano escolar em que estivemos todos juntos.
Quando saíram as notas só encontrei 5 colegas.

maio 08, 2008

Paixões de Primavera

As paixões de primavera traziam a escola encontros secretos atrás das árvores, beijos “roubados” nos corredores e poemas de amor declarados em paredes desnudadas de tinta.
João+Tina; Alice ama Tiago; Lurdes Pacheco;
O meu amor pela Rita sobe à árvore mais alta da escola...
Miúdos.
Na minha turma as miúdas eram poucas, e nenhuma era assim lá muito jeitosa para deixar a cabeça de um rapaz perdido de amores.
Havia a Susana, uma miúda alourada, um pouco menina da mama, muito tímida e calada.
Até que era engraçada, mas não cativava muito a malta.
Um dia numa conversa menos conseguida entre ela e um colega meu, ela deu-lhe um par de estaladas que o puto ainda hoje deve estar com as orelhas quentes.
Eu sinceramente, apesar de já saber olhar para as miúdas com outros olhos, só tinha pensamento na Rosa, e nos dias que ainda faltavam para ir para Góis.

Grande Derby

Para um apaixonado de bola como eu, um derby era sempre empolgante e chamariz para umas conversas animadas entre a malta.

Na primavera de 84 o meu Benfica recebia o Sporting no velhinho estádio da luz, onde o antigo terceiro anel dava cartas no que a medo meter aos adversários que nos visitavam.

Para enorme alegria minha o meu pai tinha comprado 2 bilhetes para irmos os 2 ver o jogo.
Quando ele me disse isso, fiquei tão contente que quase não dormi na noite anterior.
Eu só tinha ido ao estádio 1 vez há 2 anos atrás, e para ver um jogo com a União de Tomar.

Naqueles dias anteriores ao derby, não se falava de outra coisa, até porque estava em causa a vitória no campeonato.

Apesar de o Benfica nessa altura, estar na frente do campeonato com 4 pontos de avanço, fazia com que se o Sporting ganhasse, ficarem a 2 pontos e ainda tudo poderia acontecer.

A viagem para o estádio, foi feita de comboio até a estação de Benfica, e depois a pé pelos campos onde hoje em dia está a faculdade de comunicação social.

O enorme mar de gente, fazia aos meus olhos, imaginações frenéticas de grande crença e paixão pelo desporto rei e pelo clube do coração.

O estádio estava cheio que nem um ovo, 80 mil pessoas a puxar pelo glorioso.
A massa adepta do Sporting eram poucos, mas naquela altura como todos se davam bem, a mistura entre todos era geral.

O jogo correu bem para o meu glorioso. Demos 5 a 0 aos lagartos.

Aulas de Electricidade

As cartas e postais que trocava com a minha amiga Rosa, de Góis, traziam novidades que naqueles tempos os emails e sms não tinham ainda a sua razão de ser.
Sabia que ela estava bem na escola, em Arganil, que o natal foi muito bom e o ano novo lá na vila, foi passado em casa dos pais dela, e depois saíram à rua para que todos há volta do velho tronco de carvalho que na praça estava a arder, cantarem e dançarem até as gargantas aguentarem.
Soube que também ela estava com saudades do verão e de voltar a ver os amigos de Lisboa, eu incluindo ahahaah.
Bem desejei nesse princípio do ano de 84, que os meses rapidamente passassem para as férias chegarem em força e eu voltar a ter 1 mês inteiro de diversão e alegria em Góis.
Na escola, passadas as euforias das férias de natal, a vida continuava e o 8º ano trazia a todos nós boas notas e desejos de chegar ao fim com notas suficientes para passar de ano.
A minha área de electricidade era bastante puxada, mas eu gostava e dava-me prazer fazer todos os esquemas eléctricos no papel para conseguir na prática a coisa funcionar.
Desde montagem de interruptor e lâmpada a esquemas de comutação, pequenos aparelhos eléctricos e fechos eléctricos de porta.

Fim de Ano

Se o Natal foi em minha casa, o ano novo, também motivo de ajuntamento familiar, foi nesse ano em casa do meu tio Manel.

Estes meus tios, foram pais já muito tarde, pois o meu tio manel tivera em pequeno problema de saúde em novo, e dizia-se que nunca poderiam ter filhos.
O que acontece é que isso não foi assim e a minha prima nasceu fazia em Fevereiro de 1984, 4 anos.

Eles andavam muito alegres com o sucedido.
Era normal nestas festas familiares, as pessoas ficarem a dormir na casa onde decorria a festa. No natal dormiram todos lá em casa, pois no dia seguinte a festa continuava pelo almoço, neste fim de ano, isso também acontecia, apesar de os meus padrinhos e a minha prima, irem pernoitar em casa, visto morarem também na Pontinha.

Na noite de fim ano, a malta ia para a janela bater tachos tocar cornetas e mandar papelinhos para a rua.
Depois saia-mos para ir para o jardim cantar gritar e pular.

De volta ao aconchego do lar, comia-se mais uns bolitos, via-se mais televisão, e pelas 2/3 da manhã, tudo p´ra cama que o dia seguinte estava já ali a espera de novas brincadeiras com as prendas que no natal deram a todos um sorriso largo de orelha a orelha.

Festa de Natal

O Natal é sempre uma grande festa de família. A minha não é muito diferente.

Era costume toda a minha família juntar-se em casa de um de nós e festejar durante 2/3 dias a época.

Neste natal de 1983 foi em casa dos meus pais que a consoada aconteceu.

Na tarde de 24 Dezembro, a família juntava-se, os pais a jogar as cartas, as mães na cozinha a roda dos tachos a preparar o belo do bacalhau e das guloseimas, e os “putos” todos na galhofa a dar os últimos ares aos brinquedos do ano anterior.

Novos iriam surgir na noite de natal, e as atenções seriam inteiras para eles e deixariamos os antigos de lado.

Éramos sempre uns 15 a mesa a comer. Para tanta gente era necessário arranjar espaço para tudo e então os miúdos comiam na mesa da cozinha.

Poderiam sujar tudo a comer, falar alto uns com os outros ou simplesmente brincar que nestes dias tudo era possível.

Depois do jantar fazia-se tempo a ver programas da televisão que nestas alturas eram quase sempre os mesmos, e esperava-se pela meia-noite, altura em que um suposto senhor de barbas brancas iria surgir pela chaminé da lareira, e trazer grandes alegrias aos mais pequenos.

Ora isso era muito relativo, pois tanto em casa dos meus pais como dos meus tios, chaminé não existia, só se fosse a da cozinha, e depois para miúdos graúdos como nós isso já era história.
O que é certo era que só se poderia ir espreitar debaixo da árvore de natal à meia-noite.

A noite seria ainda uma menina para todos nós quando os embrulhos eram destruídos por pequenas mãos havidas de descobertas alegres e desejadas alegrias natalícias.