O Natal é sempre uma grande festa de família. A minha não é muito diferente.
Era costume toda a minha família juntar-se em casa de um de nós e festejar durante 2/3 dias a época.
Neste natal de 1983 foi em casa dos meus pais que a consoada aconteceu.
Na tarde de 24 Dezembro, a família juntava-se, os pais a jogar as cartas, as mães na cozinha a roda dos tachos a preparar o belo do bacalhau e das guloseimas, e os “putos” todos na galhofa a dar os últimos ares aos brinquedos do ano anterior.
Novos iriam surgir na noite de natal, e as atenções seriam inteiras para eles e deixariamos os antigos de lado.
Éramos sempre uns 15 a mesa a comer. Para tanta gente era necessário arranjar espaço para tudo e então os miúdos comiam na mesa da cozinha.
Poderiam sujar tudo a comer, falar alto uns com os outros ou simplesmente brincar que nestes dias tudo era possível.
Depois do jantar fazia-se tempo a ver programas da televisão que nestas alturas eram quase sempre os mesmos, e esperava-se pela meia-noite, altura em que um suposto senhor de barbas brancas iria surgir pela chaminé da lareira, e trazer grandes alegrias aos mais pequenos.
Ora isso era muito relativo, pois tanto em casa dos meus pais como dos meus tios, chaminé não existia, só se fosse a da cozinha, e depois para miúdos graúdos como nós isso já era história.
O que é certo era que só se poderia ir espreitar debaixo da árvore de natal à meia-noite.
A noite seria ainda uma menina para todos nós quando os embrulhos eram destruídos por pequenas mãos havidas de descobertas alegres e desejadas alegrias natalícias.
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